O Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais ‘Fernanda Benvenutty’, anexo ao Complexo de Doenças Infectocontagiosas Dr. Clementino Fraga, em João Pessoa, completou a marca de 20 mil atendimentos à população trans da Paraíba. Quando inaugurada, a unidade foi pioneira no Nordeste no atendimento especializado a pessoas travestis e transexuais de todo o estado.
Mais de mil usuários atendidos, entre homens e mulheres trans, travestis e não binários, recebem atendimento multidisciplinar com nutricionista, psicólogo, assistente social, enfermeiro, técnico em enfermagem, fisioterapeuta e médicos nas especialidades de endocrinologia, psiquiatria, mastologia, dermatologia e ginecologia.
De acordo com a diretora-geral do Complexo Clementino Fraga, Karine Garcia, esse número é uma conquista que representa um avanço significativo no cuidado e na atenção à saúde da população. “Nós reforçamos o compromisso com a inclusão, o respeito às diferenças e a garantia de direitos para todos. Nosso atendimento no Ambulatório TT muda a vida e a saúde das pessoas”, enfatizou.
Pedro (nome fictício para preservar a identidade), homem trans de 25 anos, é um dos usuários do ambulatório e diz que o atendimento mudou a sua vida. “Eu já fui atendido por todos os profissionais, pois aqui é um trabalho muito sério. Temos um acompanhamento com uma equipe multi para ter a oportunidade de fazer a cirurgia de mastectomia que eu fiz e que me deu a liberdade de ser quem eu realmente sou”, frisou.
O usuário disse, ainda, que estar em um espaço para travestis e transexuais faz com que a população trate da sua saúde com mais tranquilidade. “Não é toda população que nos entende e nos aceita. Pode ser constrangedor um homem trans ir a uma ginecologista e ficar em uma sala de espera com muitas mulheres cisgênero, por exemplo. Ter uma ginecologista no Ambulatório TT, nos deixa muito mais confortáveis”, afirmou.
Para ter acesso aos serviços do Ambulatório TT, o usuário deve, primeiramente, ter 18 anos de idade ou mais, comparecer ao Centro Estadual de Referência dos Direitos de LGBT (Espaço LGBT), apresentar RG, comprovante de residência, documento oficial com foto e cartão do SUS, e solicitar o encaminhamento para o atendimento. Após essa etapa, é feita uma ficha com os dados cadastrais do usuário, que será encaminhado para o serviço social, e, posteriormente, encaminhado para consultas especializadas de acordo com o seu perfil e sua necessidade.