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Pesquisas revelam áreas da Caatinga com vegetação da Mata Atlântica e vestígios de civilizações antigas

O Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração Rio Paraíba Integrado (Peld Ripa) tem revelado descobertas importantes sobre a história ambiental...

Por: Redação Fonte: Secom Paraíba
22/04/2025 às 11h10
Pesquisas revelam áreas da Caatinga com vegetação da Mata Atlântica e vestígios de civilizações antigas
Foto: Reprodução/Secom Paraíba

O Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração Rio Paraíba Integrado (Peld Ripa) tem revelado descobertas importantes sobre a história ambiental e a biodiversidade da Caatinga paraibana. Coordenado por universidades como UEPB, UFPB, UFV e Unioeste, o projeto conta com o apoio do Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties) e da Fundação de Apoio à Pesquisa (Fapesq), além de instituições federais como o CNPq, Capes e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O financiamento do Peld Ripa é feito em ciclos de quatro anos. O primeiro, de 2021 a 2024, foi apoiado pelo Governo Estadual. Para o novo ciclo, de 2025 a 2028, o projeto será ampliado com recursos no valor de R$ 300 mil.

“O Governo da Paraíba tem investido fortemente em ciência e tecnologia como um pilar para o desenvolvimento sustentável do nosso estado. Projetos como o Peld Ripa são fundamentais para entendermos as mudanças climáticas e seus impactos, além de nos proporcionar dados essenciais para a formulação de políticas públicas mais eficazes. Esse projeto, em parceria com a Secties e a Fapesq, tem sido um marco nas pesquisas sobre a Caatinga e os biomas que a cercam, proporcionando uma visão clara sobre as transformações ambientais e históricas da nossa região”, afirma o secretário de Estado da Secties, Claudio Furtado.

De acordo com ele, a colaboração entre as universidades e as comunidades científicas é crucial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, promover a conservação da biodiversidade e melhorar a qualidade de vida da população paraibana. “O Peld Ripa é, sem dúvida, um projeto que reflete o compromisso do Governo da Paraíba com a ciência e a preservação ambiental”, completou.

Pesquisas realizadas pelo programa no Cariri paraibano demonstram que os lajedos e serrotes funcionam como museus naturais, preservando espécies da Caatinga que coexistem com vegetações típicas da Mata Atlântica, Cerrado e até da Floresta Amazônica. Isso indica que nesse período a região abrigava um corredor contínuo de Mata Atlântica que poderia ter se estendido até a Amazônia, formando uma transição entre biomas.

Os estudos são coordenados pelo geógrafo Dr. Bartolomeu Israel de Souza, professor da UFPB, e envolvem investigações sobre desertificação, microclima e mudanças climáticas. Uma das descobertas mais marcantes foi a identificação de fósseis de araruta, planta nativa usada por comunidades indígenas. A grande quantidade encontrada sugere a existência de uma antiga plantação, o que aponta para a presença de uma comunidade fixa no local, há cerca de oito mil anos.

Caatinga já foi ‘Mata Atlântica’

Seria possível árvores como jabuticabeiras, jatobás e ipês-roxos conviverem com mandacarus e juazeiros? Segundo Bartolomeu de Souza, sim. Esses encontros acontecem em áreas específicas nas bordas de lajedos e serrotes, onde se formam pequenos “oásis” que permanecem verdes mesmo durante longos períodos de seca. A presença de água acumulada e temperaturas mais amenas criam um microclima ideal para espécies com maior exigência hídrica.

Essas áreas também chamam atenção da comunidade científica internacional. Além da flora diversa, os solos são ricos em matéria orgânica. Segundo Bartolomeu, a presença da araruta em grande escala reforça a hipótese de um clima mais úmido e vegetação densa há milhares de anos. “Com o tempo, o clima se tornou mais seco e quente, levando à dispersão dessas populações e ao declínio de espécies como a araruta”, explica o pesquisador.

Os cientistas estimam que a Caatinga, como a conhecemos hoje, tenha menos de cinco mil anos. As mudanças atuais no clima, agora intensificadas pela ação humana, trazem novas perguntas: essas áreas de refúgio seriam capazes de recolonizar a Caatinga? Resistiriam à intensificação das secas? As respostas dependem da continuidade das pesquisas. “Enquanto ainda não há nada de concreto, o certo é que devemos preservar essas áreas”, alerta Bartolomeu.

Entretanto, há um desafio: a legislação ambiental atual não contempla as bordas de lajedo como áreas de proteção. Iniciar um debate político sobre o tema é urgente, pois essas formações podem ser chave para o futuro da biodiversidade e para a conservação dos recursos hídricos da Caatinga.

O Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração Rio Paraíba Integrado (Peld Ripa) tem revelado descobertas importantes sobre a história ambiental e a biodiversidade da Caatinga paraibana. Coordenado por universidades como UEPB, UFPB, UFV e Unioeste, o projeto conta com o apoio do Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties) e da Fundação de Apoio à Pesquisa (Fapesq), além de instituições federais como o CNPq, Capes e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O financiamento do Peld Ripa é feito em ciclos de quatro anos. O primeiro, de 2021 a 2024, foi apoiado pelo Governo Estadual. Para o novo ciclo, de 2025 a 2028, o projeto será ampliado com recursos no valor de R$ 300 mil.

“O Governo da Paraíba tem investido fortemente em ciência e tecnologia como um pilar para o desenvolvimento sustentável do nosso estado. Projetos como o Peld Ripa são fundamentais para entendermos as mudanças climáticas e seus impactos, além de nos proporcionar dados essenciais para a formulação de políticas públicas mais eficazes. Esse projeto, em parceria com a Secties e a Fapesq, tem sido um marco nas pesquisas sobre a Caatinga e os biomas que a cercam, proporcionando uma visão clara sobre as transformações ambientais e históricas da nossa região”, afirma o secretário de Estado da Secties, Claudio Furtado.

De acordo com ele, a colaboração entre as universidades e as comunidades científicas é crucial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, promover a conservação da biodiversidade e melhorar a qualidade de vida da população paraibana. “O Peld Ripa é, sem dúvida, um projeto que reflete o compromisso do Governo da Paraíba com a ciência e a preservação ambiental”, completou.

Pesquisas realizadas pelo programa no Cariri paraibano demonstram que os lajedos e serrotes funcionam como museus naturais, preservando espécies da Caatinga que coexistem com vegetações típicas da Mata Atlântica, Cerrado e até da Floresta Amazônica. Isso indica que nesse período a região abrigava um corredor contínuo de Mata Atlântica que poderia ter se estendido até a Amazônia, formando uma transição entre biomas.

Os estudos são coordenados pelo geógrafo Dr. Bartolomeu Israel de Souza, professor da UFPB, e envolvem investigações sobre desertificação, microclima e mudanças climáticas. Uma das descobertas mais marcantes foi a identificação de fósseis de araruta, planta nativa usada por comunidades indígenas. A grande quantidade encontrada sugere a existência de uma antiga plantação, o que aponta para a presença de uma comunidade fixa no local, há cerca de oito mil anos.

Caatinga já foi ‘Mata Atlântica’

Seria possível árvores como jabuticabeiras, jatobás e ipês-roxos conviverem com mandacarus e juazeiros? Segundo Bartolomeu de Souza, sim. Esses encontros acontecem em áreas específicas nas bordas de lajedos e serrotes, onde se formam pequenos “oásis” que permanecem verdes mesmo durante longos períodos de seca. A presença de água acumulada e temperaturas mais amenas criam um microclima ideal para espécies com maior exigência hídrica.

Essas áreas também chamam atenção da comunidade científica internacional. Além da flora diversa, os solos são ricos em matéria orgânica. Segundo Bartolomeu, a presença da araruta em grande escala reforça a hipótese de um clima mais úmido e vegetação densa há milhares de anos. “Com o tempo, o clima se tornou mais seco e quente, levando à dispersão dessas populações e ao declínio de espécies como a araruta”, explica o pesquisador.

Os cientistas estimam que a Caatinga, como a conhecemos hoje, tenha menos de cinco mil anos. As mudanças atuais no clima, agora intensificadas pela ação humana, trazem novas perguntas: essas áreas de refúgio seriam capazes de recolonizar a Caatinga? Resistiriam à intensificação das secas? As respostas dependem da continuidade das pesquisas. “Enquanto ainda não há nada de concreto, o certo é que devemos preservar essas áreas”, alerta Bartolomeu.

Entretanto, há um desafio: a legislação ambiental atual não contempla as bordas de lajedo como áreas de proteção. Iniciar um debate político sobre o tema é urgente, pois essas formações podem ser chave para o futuro da biodiversidade e para a conservação dos recursos hídricos da Caatinga.

Universidades contribuem com políticas do Governo da Paraíba

O Peld Ripa também tem apoiado ações estratégicas do Governo da Paraíba. Contribuiu com o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) da Ponte do Futuro, que ligará João Pessoa a Lucena, realizou estudos para a dragagem do Porto de Cabedelo e participa do monitoramento de 118 reservatórios em parceria com a Aesa-PB e a Cagepa.

A UEPB é a instituição mantenedora do projeto, com participação ativa da UFPB, UFCG, IFPB e outras. Ao todo, cerca de 500 pesquisadores do Brasil e do exterior estão vinculados ao programa. A professora Joseline Molozzi, vice-coordenadora do projeto, destaca a articulação com ONGs, como o SOS Sertão Brasil e a Rede Maris, além da atuação em áreas de Restinga e projetos de restauração do mangue.

A popularização da ciência é um dos eixos do projeto. Exposições em praças, capacitação de professores, visitas escolares às universidades e atividades itinerantes fazem parte do escopo. Destaque para o projeto “Jovem Cientista”, que já alcançou 14 cidades. Em quatro anos, o Peld Ripa publicou 13 artigos científicos de alto impacto, organizou mais de 10 eventos, dois livros e diversas cartilhas destinadas às comunidades locais.

O Peld Ripa também tem apoiado ações estratégicas do Governo da Paraíba. Contribuiu com o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) da Ponte do Futuro, que ligará João Pessoa a Lucena, realizou estudos para a dragagem do Porto de Cabedelo e participa do monitoramento de 118 reservatórios em parceria com a Aesa-PB e a Cagepa.

A UEPB é a instituição mantenedora do projeto, com participação ativa da UFPB, UFCG, IFPB e outras. Ao todo, cerca de 500 pesquisadores do Brasil e do exterior estão vinculados ao programa. A professora Joseline Molozzi, vice-coordenadora do projeto, destaca a articulação com ONGs, como o SOS Sertão Brasil e a Rede Maris, além da atuação em áreas de Restinga e projetos de restauração do mangue.

A popularização da ciência é um dos eixos do projeto. Exposições em praças, capacitação de professores, visitas escolares às universidades e atividades itinerantes fazem parte do escopo. Destaque para o projeto “Jovem Cientista”, que já alcançou 14 cidades. Em quatro anos, o Peld Ripa publicou 13 artigos científicos de alto impacto, organizou mais de 10 eventos, dois livros e diversas cartilhas destinadas às comunidades locais.

Foto: Reprodução/Secom Paraíba
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