A Agência Estadual de Vigilância Sanitária divulgou orientações à população paraibana sobre os cuidados que as pessoas devem ter na aquisição, armazenamento, manipulação e conservação dos alimentos mais consumidos na Semana Santa, como pescados, ovos de Páscoa e outros produtos afins.
Conforme a gerente-técnica de Inspeção e Controle de Alimentos, Água para Consumo Humano e Toxicologia da Agevisa/PB, nutricionista Conceição Sobral, por ser a Semana Santa um período marcado pelo aumento no consumo de pescados, ovos e chocolates, é essencial que os consumidores e os estabelecimentos comerciais sigam fielmente as recomendações de boas práticas de manipulação, armazenamento e preparo desses alimentos para garantir a segurança alimentar e evitar riscos à saúde.
Ressaltando a importância da compra correta, do armazenamento adequado e da manipulação segura dos alimentoscomo cuidados essenciais à preservação da saúde, Conceição Sobral observou que os pescados devem ser comprados em locais devidamente autorizados pelos órgãos fiscalizadores, e que, nesses ambientes, as pessoas devem observar as condições de higiene, de como os produtos estão expostos para venda e, de forma bem especial, as características dos produtos.
“No caso dos peixes, os consumidores devem observar atentamente a aparência, os olhos, o cheiro e a textura. No tocante à aparência, os peixes devem apresentar uma superfície limpa e brilhante, com escamas firmes e aderentes à pele, e guelras rosadas ou vermelhas e brilhantes. Quanto aos olhos, estes devem ser salientes (jamais afundados nas órbitas) e devem apresentar córneas transparentes e pupilas negras e brilhantes. O cheiro deve ser suave e agradável ao olfato, chegando a lembrar o cheiro do mar. Já em relação à textura, a carne do peixe deve ser firme e não deixar marcas quando pressionada com os dedos. Ou seja, ao apertar o abdômen do peixe, por exemplo, a marca provocada pelos dedos deve desaparecer lentamente, voltando o produto à condição inicial”, explicou.
No caso de as pessoas comprarem peixes para consumir em outros dias, que não o dia da compra, Conceição Sobral disse que, assim que chegarem em casa, elas devem lavar bem os peixes e colocá-los na geladeira para mantê-los refrigerados, consumindo-os no máximo em dois dias. E se os peixes não forem consumidos no máximo em dois dias? Neste caso, a nutricionista observou que a solução é o congelamento, que pode manter o produto apto ao consumo humano por quatro ou até seis meses, a depender de o peixe ser congelado inteiro ou em postas.
“É importante lembrar que jamais se deve descongelar e congelar novamente os peixes e nenhum outro tipo de pescado, pois esse tipo de procedimento favorece a proliferação de microrganismos nocivos ao organismo humano”, ressaltou.
Evitando a contaminação cruzada – A gerente-técnica de Alimentos da Agevisa/PB chamou a atenção dos consumidores para os cuidados que devem ser tomados, na hora do preparo dos pescados, para evitar a contaminação cruzada, que é a transferência de microrganismos, substâncias químicas ou físicas de um alimento para outro.
“É importante que os pescados sejam manipulados em separado de outros alimentos, especialmente aqueles reservados para serem consumidos crus ou sem cocção. Ou seja, deve-se utilizar utensílios exclusivos para cada tipo de alimento, como tábuas, facas e recipientes”, comentou. E acrescentou: “Deve-se, ainda, lavar bem as mãos antes e depois do manuseio dos pescados, além de higienizar as bancadas e os utensílios com solução de hipoclorito de sódio”.
Orientações aos comerciantes – Referindo-se aos cuidados que estabelecimentos que comercializam pescados devem tomar para garantir a devida segurança à saúde do consumidor, a nutricionista Conceição Sobral observou: “Eles devem garantir a higienização adequada do local e dos equipamentos utilizados na manipulação dos alimentos; manter o controle de temperatura para evitar a deterioração dos produtos; oferecer treinamento aos funcionários para assegurar o cumprimento das normas sanitárias, e evitar o armazenamento de alimentos de diferentes categorias no mesmo espaço, para prevenir a contaminação cruzada).
Chocolates e ovos de Páscoa –Sobre os cuidados que devem ser tomados pelo consumidor na hora de comprar chocolates e ovos de Páscoa, Conceição Sobral comentou: “As pessoas devem comprar esses produtos somente a fornecedores confiáveis e devidamente regularizados junto aos órgãos reguladores que atuam na promoção e proteção da saúde pública, como é o caso da Vigilância Sanitária. Além disso, ao escolherem os produtos para comprar, os consumidores devem observar atentamente a rotulagem, que deve conter informações como prazo validade, ingredientes e alerta sobre alérgenos”.
Quanto à melhor forma de armazenamento, Conceição explicou: “Esses produtos devem ser armazenados em local fresco e seco, evitando-se a exposição ao calor excessivo, que pode comprometer a qualidade desses alimentos.