O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), em pronunciamento no Plenário na terça-feira (2), criticou o governo federal por transferir para os estados a responsabilidade de lidar com o aumento de refugiados no país. Ao citar dados do relatório "Refúgio em Números", divulgado pelo governo, que revelou um recorde histórico de 77.193 pedidos de refúgio no último ano, um aumento de mais de mil por cento em comparação ao ano anterior, Mecias cobrou uma "ação real, concreta e imediata do governo federal diante da questão dos imigrantes".
— Isso precisa ter um fim. A população roraimense, de um coração enorme, de uma receptividade fora do comum, já deu muito além de sua cota de sacrifícios. Chegou a hora de o governo federal fazer a sua escolha: vai continuar apoiando a loucura e os desmandos de um ditador [Nicolás Maduro], ou finalmente vai apoiar os brasileiros de Roraima e de toda a Região Norte, que pagam um preço altíssimo por essa conivência? Exigimos uma ação real, concreta e imediata do governo federal, diante da questão dos imigrantes. Isso é mais que necessário, isso é, acima de tudo, urgente — alertou.
De acordo com o senador, o relatório mostra que 81,4% dos solicitantes de refúgio são venezuelanos. Mecias afirmou que cerca de 400 venezuelanos entram em Roraima diariamente, enquanto o estado abre apenas 323 vagas de emprego por mês. O parlamentar ressaltou o impacto negativo sobre o mercado de trabalho local e a dificuldade dos brasileiros em acessar programas sociais, ao contrário dos imigrantes que, segundo ele, recebem assistência com maior facilidade.
— O governo federal tem dupla responsabilidade: primeiro porque falha no resultado quando recebe e estoca pessoas em abrigos improvisados e, pior, permite que famílias durmam ao relento nas praças públicas. Isso impulsiona a violência, a miséria, a dependência de álcool e drogas, os crimes, a exploração física, moral e econômica e superlota os serviços públicos do estado, como saúde, educação, segurança e assistência social. E o governo federal fecha os olhos para essa tragédia da qual é aliado — afirmou.
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