Com as férias, crianças e adolescentes voltam a passar a maior parte do dia em casa. É também o período do ano em que aumenta o número de acidentes domésticos. Dados do Ministério da Saúde apontam que 110 mil crianças são hospitalizadas por esse motivo, a cada ano. Desse modo, profissionais do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, unidade do Governo da Paraíba, em João Pessoa, alertam sobre os perigos, mas também cuidados para prevenção.
De acordo com o coordenador da Pediatria do Hospital de Trauma, Roberto Leitão, o período de férias escolares coincide com o aumento no volume de acidentes domésticos registrados em hospitais. “Quedas, afogamentos, choques e intoxicação são os mais comuns. Por isso, além de orientarmos as crianças, é também preciso que pais e familiares tenham cuidado, em especial, de modo preventivo”, explicou.
No Hospital de Trauma, no mês de julho do ano passado, 711 crianças foram vítimas de vários acidentes. Desses atendimentos, os mais comuns foram: queda (386), corpo estranho (124), pancada (63), trauma (54), queimadura (27), acidente de bicicleta (25), corte (11), atropelamento (10), agressão animal (oito) e choque (três). Segundo os dados, no primeiro semestre de 2023, 3.970 crianças deram entrada na unidade com motivos de atendimentos referentes a acidentes domésticos, uma redução de 2%, em relação ao mesmo período do ano passado, que foram 4.041.
Para evitar acidentes, o coordenador ressaltou que, além de medidas preventivas, é necessário dialogar. “Não é possível ter o controle total. O mais recomendável é manter um bom diálogo com os filhos, explicar os perigos de algumas situações e quais atitudes devem ser evitadas. Os pais não devem impedir as crianças de brincar, afinal a infância é a fase de desenvolvimento das habilidades físicas e cognitivas, e toda atividade estimula seu processo de crescimento. Portanto, toda brincadeira é uma descoberta e deve ser incentivada. Mas sempre com os olhos por perto”, informou.
A auxiliar de farmácia Sandra Medeiros viveu um problema recentemente nesse início de férias. Ela explicou que em questão de segundos o filho caçula, de dois anos, colocou um caroço de feijão no ouvido. “A primeira ocorrência das férias já aconteceu na minha casa. Não consigo nem explicar como ele conseguiu esse caroço de tão rápido. Quando vi ele já estava com a mão no ouvido e o objeto não dava mais para ser retirado em casa. Peguei um transporte e corri ao Hospital de Trauma para evitar complicações maiores, pois imaginei que um corpo estranho dentro do ouvido poderia trazer prejuízos à saúde do meu bebê”, frisou.
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