A Central Estadual de Transplantes, unidade do Governo da Paraíba, registrou de janeiro até o fim de maio um total de 26 doações de múltiplos órgãos. O número é 100% maior que o mesmo período de 2023, quando foram realizadas 13 doações. Atualmente, o estado realiza cerca de cinco doações por mês.
De acordo com dados consolidados, este ano a Paraíba já realizou 150 transplantes, e disponibilizou 35 órgãos para outros estados. Entre os órgãos transplantados, foram cinco corações, 20 fígados, 11 rins e 106 córneas. No ano passado, o mesmo período registrou três cirurgias cardíacas.
O avanço identificado tem como um dos fatores a maior sensibilização da população sobre o tema. Mesmo durante a perda do ente querido, mais famílias têm autorizado a doação. Foi assim com Evilasis Bezerra, a mãe de uma doadora, de 40 anos, que estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Metropolitano de Santa Rita.
A paciente teve morte encefálica confirmada pela equipe médica e a doação ocorreu no último dia 24 de maio. Ela destacou o gesto como uma semente que dará outros frutos. “Quando a gente se depara com uma cena de morte, a gente vê uma cena de derrota, que tudo acabou, que nada vai continuar, mas Deus tinha um propósito na vida da minha filha que os meus olhos não viam. E hoje eu compreendo que a vida da milha filha, depois da morte é uma semente para a vida de outras pessoas, e através dessa semente outras vidas vão ser abençoadas”, destacou.
Além do maior número de permissões familiares, a diretora da Central de Transplantes, Rafaela Dias, aponta como impulsionadores do crescimento, os investimentos feitos pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o comprometimento da equipe e a interiorização do tema levado para o Sertão do estado.
“Com certeza, a sensibilização das famílias doadoras é a grande mola propulsora do avanço observado nos números de doações, mas não podemos esquecer que, além disso, temos tido total apoio do Governo do Estado, através da Secretaria, e avançado em conhecimento e técnica por meio das capacitações permanentes realizadas com os profissionais da equipe. Outro ponto que tem feito diferença, é que temos interiorizado as ações da Central, levando esclarecimento do assunto para cidades importantes do Sertão, como Sousa, Patos e Cajazeiras”, ressaltou.
Para ser doador de órgãos é importante comunicar em vida à família do desejo da doação. A doação de órgãos só ocorre após autorização familiar.
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