A segunda etapa da Conferência Estadual da Ciência, Tecnologia e Inovação 2024 (CECTI) aconteceu nessa quinta (21) e sexta-feira (22), no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), em Campina Grande. Centenas de pessoas se reuniram para discutir e promover políticas públicas na área de Ciência e Tecnologia na região. O evento é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secties.
Pesquisadores, professores e alunos que participaram da conferência se dividiram em quatro grupos de trabalho para discutir os seguintes eixos temáticos: Eixo 1: Recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação; eixo 2: Reindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas; eixo 3: Ciência, Tecnologia e Inovação para programas e projetos estratégicos nacionais e eixo 4: Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento social.
O evento é uma forma de fazer a ciência ser mais democrática e acessível à população paraibana e brasileira. Os esforços irão culminar em um documento contendo as recomendações para a política de CTI de interesse do Estado, que será encaminhado para a etapa Regional e, enfim, integrará o relatório Nacional. A finalidade maior é compor propostas para a elaboração da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI 2024-2030) a ser desenvolvido pelo MCTI.
O secretário executivo de Inovação da Secties, André Ribeiro, ressaltou a grande participação popular durante a segunda etapa da Conferência em Campina Grande. “Fizemos uma conferência com debates interessantes, os quatro painéis tiveram uma participação intensa, sobre indústria, tecnologia social, tecnologia para saúde, e sobre uma série de questões que permeiam as discussões, inclusive dos grupos de trabalho, que foi o meu momento favorito da Conferência, onde foi debatido e discutido aquilo que eles refletiram e vai contribuir né com a proposta que será construída”, disse.
A diretora do MCTI, Sônia da Costa, foi uma das palestrantes principais da Conferência e contribuiu sobre o tema Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento, além de ressaltar na sua fala a importância da participação de meninas e mulheres na ciência.
Para ela, a etapa estadual da Conferência é um momento histórico para o país e a Paraíba. “Preciso parabenizar a iniciativa da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, Inovação e Ensino Superior. Depois de 14 anos, nós estamos promovendo a nossa 5ª conferência. Acho que isso é muito significativo para região e para o Estado como um todo, porque esse grande movimento no qual nós estamos trabalhando tem o objetivo de construir um país mais, mais sustentável e desenvolvido, socialmente, economicamente e politicamente”, ressaltou.
O secretário executivo da Secties, Rubens Freire, ressaltou que a conferência tem recebido pessoas reconhecidas na área da Ciência e Tecnologia, durante as três etapas, o que tem enriquecido ainda mais o debate. “Sousa, Campina Grande, João Pessoa recebem, através dessa Conferência, um conjunto extenso e intenso de conversas sobre o tema, mediados por pessoas reconhecidas localmente, nacionalmente e no mundo”.
Durante o primeiro dia, em Campina Grande, aconteceram os quatro painéis dos eixos de trabalho que contou com a participação intensa das pessoas presentes. Entre eles estava o professor de Engenharia Agrícola da UFCG, Pedro Dantas, de 80 anos, que tem 52 anos de sala de aula e acredita que a Conferência vai potencializar o ensino superior no Estado, por meio das propostas que serão apresentadas. “Nós só podemos pensar no desenvolvimento de uma região e de um país se tivermos uma base em educação, com isso podemos desenvolver tecnologias, conhecimento na área de inovação e formas melhores formas de vida das pessoas”, disse.
Jayuri Araújo, pesquisadora bolsista do Insa e mediadora do grupo de trabalho do eixo 3, comentou que a discussão dessas temáticas são de extrema importância para o desenvolvimento do Estado e do país. “A ciência e tecnologia devem ser meio para ações que beneficiem a sociedade e o governo com essa visão de ouvir de forma democrática não só instituições, mas a sociedade civil e empresas também. Essa formação de atores que têm interesse com a temática contribui de forma significativa para o desenvolvimento”, disse.
Na avaliação do gerente executivo de Ensino Superior da Secties, Wilson Aragão, as primeiras etapas da conferência, em Sousa e em Campina Grande, cumpriram o seu papel de popularizar a ciência no Estado e torná-la um instrumento da luta do povo paraibano. “Está sendo um sucesso a conferência, para se ter uma ideia, teve um grupo de trabalho em Sousa que produziu 32 propostas. Estamos finalizando a etapa de Campina Grande, com auditório lotado, também muita participação democrática e agora vamos terminar em João Pessoa, onde vamos sistematizar e encaminhar tudo o que foi trabalhado”.
O pesquisador Amílcar Rabelo, integrante de um projeto de pesquisa de colaboração internacional pela Universidade Federal de Campina Grande, o Radiotelescópio Bingo, avaliou que a conferência supriu uma necessidade que estava carente nos últimos anos no país, e que tem sido restabelecida com o Governo Federal e apoio do Governo do Estado. “Não tem sido um debate que tenha acontecido muito nos últimos anos, por isso há muitas propostas, porque havia uma carência. Tem várias propostas com quantidade e qualidade, sobretudo tem esse foco da interiorização, da reindustrialização e a nossa expectativa é que mais conferências como essa aconteçam ainda mais continuamente, para que a gente possa gastar essa energia acumulada discutindo ciência e tecnologia”, disse.
A terceira e última etapa acontece em João Pessoa, nos próximos dias 4 e 5 de abril. As inscrições estão abertas por meio do link: cecti.pb.gov.br.
5CNCTI-A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação é o mais importante e democrático evento voltado ao debate das políticas públicas do setor. Realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o encontro acontecerá de 4 a 6 de junho, em Brasília (DF), com o tema "Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido".
O evento conta com a organização do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social supervisionada pelo MCTI, e articulação de mais de 40 instituições e oito ministérios.
A CNCTI tem caráter consultivo e volta a ser organizada depois de um hiato de 14 anos. Seu objetivo é discutir junto à sociedade as necessidades na área de CT&I e propor recomendações para a elaboração de uma nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) que deverá ser seguida pelos próximos anos (2024-2030). A nova estratégia substituirá a de 2016-2023, que durante o evento, também terá seus programas, planos e resultados analisados.
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