Tosse persistente por mais de três semanas, cansaço excessivo, emagrecimento acentuado. Esses podem ser alguns dos sintomas da tuberculose, doença infecciosa, transmissível de pessoa a pessoa, curável e de tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em alusão ao Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24 de março), o Complexo de Doenças Infectocontagiosas Dr. Clementino Fraga, unidade do Governo da Paraíba, em João Pessoa, realiza a Semana Interdisciplinar de Combate à Tuberculose, a partir desta segunda-feira (18) até a sexta-feira (22).
O evento é voltado para profissionais da área que atuam em diversas cidades do estado. A programação inclui palestras, capacitações e uma panfletagem de prevenção à Tuberculose que acontecerá no trem urbano, na sexta-feira.
A tuberculose afeta prioritariamente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos ou sistemas. Nesse caso, a doença é chamada de tuberculose extrapulmonar e ocorre mais frequentemente em pessoas vivendo com HIV, especialmente aquelas com comprometimento imunológico. No Complexo de Doenças Infectocontagiosas Dr. Clementino Franga, referência estadual para o tratamento da doença, 16% dos casos registrados são de tuberculose extrapulmonar.
A médica pneumologista do Complexo, Gerlânia Simplício, explicou que o agravo pode se apresentar em quase todos os órgãos e tecidos do corpo. “A tuberculose é muito mais comum na forma pulmonar, no entanto pode haver a ocular, no sistema nervoso central (que é chamada de meningite tuberculosa), pleural, cardíaca, do aparelho digestivo, pele, sistema urinário, gânglios, ossos. Só não se apresenta nas unhas e nos cabelos”, explicou.
Ao falar, espirrar ou tossir, a pessoa que está com a doença poderá contaminar outras pessoas. É importante lembrar que só a forma pulmonar e a laríngea são transmissíveis. “Se tiver só a forma na pele, não transmite, mas se for cutânea e pulmonar, por exemplo, ela transmite, pois elimina o bacilo vivo”.
Saber quais os sintomas da tuberculose é importante para que o tratamento seja realizado o quanto antes. A tosse persistente por mais de três semanas pode ser um forte indício. Mas existem outros sintomas a serem observados: cansaço excessivo; febre baixa, geralmente, à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez; emagrecimento acentuado; rouquidão; fraqueza e prostração.
Caso apresente alguns dos sintomas ou desconfie da contaminação, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde, onde receberá as orientações necessárias. Nessas unidades, inclusive, o paciente pode retirar a medicação para o tratamento. “Aqui no Clementino, acompanhamos os casos mais graves ou quando o paciente tem alguma outra enfermidade correlacionada, como HIV, sífilis ou outra doença”, explicou Gelância Simplício.
O tratamento da tuberculose tem duração de pelo menos seis meses. Ele é feito com antibióticos e é totalmente gratuito. Iniciando a medicação, a chance de transmissão para outras pessoas tende a diminuir gradativamente. É importante que o tratamento não seja interrompido ou alterado, pois pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de tuberculose resistente à medicação.
A prevenção à tuberculose começa ao nascer. O SUS oferta a vacina BCG, que protege contra as formas mais graves da doença. A vacina está disponível nas Unidades de Saúde da Família e até em algumas maternidades. O recomendado é que a vacina seja aplicada no recém-nascido, no entanto ela pode ser dada até – no máximo – os 4 anos, 11 meses e 29 dias.
O Complexo de Doenças Infectocontagiosas Dr. Clementino Fraga é referência estadual para o tratamento da tuberculose, por isso, atende aqueles casos mais complexos e também usuários que já sejam pacientes da unidade devido à outra enfermidade.
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