O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, afirmou nesta terça-feira (17) que o Brasil deve focar nas próprias potencialidades e no conhecimento acumulado em algumas áreas, como a de energias limpas, ao promover a inovação na indústria nacional. Ele participou, na Câmara dos Deputados, do 1° Seminário Nacional de Política Industrial, promovido pela Comissão de Indústria, Comércio e Serviços.
“Há uma janela evidente de energia verde a ser criada. E o Brasil tem todas as condições climáticas e naturais para participar dessa janela como protagonista”, destacou França, que tomou posse no ministério recém-criado no dia 13 de setembro. “Se forcamos no que a gente conhece, a chance de sucesso é muito maior”, acrescentou.
França citou ainda o setor de medicamentos e o agronegócio como áreas onde a inovação deve ser incentivada no País. “São atividades para as quais nós já temos grande vocação, porque fizemos pesquisas e acumulamos conhecimento ao longo dos anos”, pontuou.
O deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), que coordenou os debates sobre os incentivos à inovação na indústria, afirmou que o desenvolvimento industrial é estratégico para o Brasil porque trabalha cadeias tecnológicas capazes de gerar postos de trabalho mais bem remunerados. “Lutar pela reindustrialização é lutar pelo desenvolvimento econômico e também social do País”, disse.
Gerente da Unidade de Novos Negócios da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Tiago Chagas observou que a aversão ao risco é um dos limitadores da inovação no Brasil.
“A ABDI participa desse fomento tecnológico, mostrando para a indústria que inovar é bom e que leva a ganhos de produtividade. E, entrando na dor do empresário, que é a aversão ao risco, nós fazemos pilotos nas mais diversas áreas para que as empresas se sintam estimuladas a investir em novas tecnologias”, completou.
Participação das universidades
Para a diretora executiva do Parque Tecnológico de Viçosa (MG), Adriana Faria, um dos desafios da inovação é encontrar um modelo eficiente de integração entre universidade, empresas e governos. A ideia, segundo ela, é avançar na “capitalização do conhecimento”.
“O aspecto mais importante é saber que a empresa vai poder contratar uma universidade para um projeto de desenvolvimento e, depois, vai poder abater esse investimento como parte dos benefícios fiscais previstos na Lei do Bem”, destacou.
Por sua vez, o diretor executivo da Global Federation of Competitiveness Councils, Roberto Alvarez, destacou que o Brasil acumula muita produção científica e pouca inovação nos últimos anos. Segundo ele, o foco deve ser transformar conhecimento em valor econômico, se possível, alterando a legislação para permitir que universidades interajam melhor com o setor produtivo. “Conhecimento e empreendedorismo são os motores da inovação”, disse.
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