Com a proximidade do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), muitos alunos passaram a estudar mais durante as noites. No entanto, os estudantes não devem trocar horas de sono pelos estudos, alerta o médico do Instituto do Sono, o pediatra Gustavo Moreira. A estratégia é errada e pode comprometer o desempenho cognitivo do aluno no dia seguinte.
A restrição, mesmo que parcial de sono, tem impacto negativo na memória de trabalho e nas habilidades de pensamento estratégico, que são funções cognitivas associadas ao lobo frontal. “Durante o sono, o cérebro decide o que vai consolidar na memória do que foi aprendido no dia anterior. Por isso, a privação de sono pode piorar o desempenho cognitivo”, destaca o médico.
De acordo com o Instituto do Sono, pesquisadores norte-americanos compararam, em uma pesquisa realizada em 2015, o desempenho acadêmico e o padrão de sono de 364 alunos da Universidade de Auburn. Eles constataram que, na véspera dos exames, mais de 80% dos estudantes costumavam dormir menos de 7 horas. O estudo, porém, concluiu que a maior duração de sono na noite anterior às provas estava relacionada a notas mais altas no curso.
O instituto destaca ainda que pesquisadores mexicanos realizaram um estudo, publicado em 2021 na revista Sleep Science, e observaram que, após privação de sono, os estudantes apresentaram redução do alerta, atenção sustentada e seletiva e ainda prejuízo nas suas funções executivas.
Para conseguir um desempenho melhor nos estudos, o médico Gustavo Moreira orienta os estudantes a sempre manter os mesmos horários de dormir, acordar, e de se alimentar. Celular e computador devem ser evitados à noite, assim como estimulantes como café, chás, chocolate ou energéticos. O especialista recomenda ainda que os alunos se exponham, durante o dia, ao sol e à natureza nos intervalos de descanso. À noite, a luz deve ser usada com moderação.
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