Especialistas selecionados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) realizaram, esta semana, as primeiras avaliações remotas de instituições de ensino superior.
Implementada com a justificativa de manter e melhorar o processo de avaliação dos cursos de graduação em todo o país, a nova modalidade de inspeção foi instituída por meio da Portaria nº 165, publicada no Diário Oficial da União da última terça-feira (20).
Segundo o diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, Luís Filipe de Miranda Grochocki, na segunda (26) e terça-feiras (27), comissões de especialistas avaliaram, por videoconferência, seis instituições de ensino privadas responsáveis por sete diferentes cursos de graduação. Por razões legais, a autarquia ainda não divulgou o nome das instituições, mas informou à Agência Brasil que duas delas ficam no estado de São Paulo e as demais na Bahia, no Espírito Santo, em Minas Gerais e no Paraná.
Segundo Grochocki, que acompanhou parte das avaliações, o uso de tecnologias da informação e comunicação ocorreu sem problemas. “A experiência foi excelente. Não houve dificuldades com o sistema; avaliadores e representantes das instituições ficaram à vontade e todas as inspeções foram concluídas dentro do prazo”, comentou o diretor, acrescentando que outros quatro processos para autorização de criação de novos cursos serão avaliados remotamente ainda esta semana.
A meta do Inep é realizar 5 mil inspeções remotas até o fim de outubro deste ano.
As avaliações on-line duram, no mínimo, dois dias. Cumprida esta etapa, os especialistas têm cinco dias para apresentar seus relatórios. Durante a visita virtual, os avaliadores analisam documentos, entrevistam representantes institucionais e docentes, além de avaliar as instalações físicas da instituição responsável pelo pedido de credenciamento e autorização de novos cursos, cujos processos estão sendo priorizados neste primeiro momento. Tudo por meio de videochamada.
“Não houve mudanças nos procedimentos de avaliação. Mantivemos o rigor do processo, cumprindo as normas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Tudo acontece ao vivo, e o local é verificado por meio de geolocalização”, comentou Grochocki, explicando que a possibilidade de estender o modelo de avaliação virtual para os processos de recredenciamento de cursos já em funcionamento ainda será avaliado com o Ministério da Educação e com a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes).
Para o diretor, além de agilizar o processo de avaliação e otimizar o uso de recursos públicos, a análise remota pode dar mais transparência ao sistema. “Este procedimento permite que técnicos do Inep passem a acompanhar de perto [o trabalho dos especialistas selecionados], o que nem sempre tínhamos condições de fazer. Além disso, as visitas agora ficarão gravadas, permitindo, quando necessário, que tudo seja conferido”, disse Grochocki, minimizando a possibilidade de aspectos que seriam constatados presencialmente não serem percebidos na videochamada.
“Não vejo grandes riscos. Inclusive porque estamos pedindo documentação adicional, como a planta dos prédios. Pode acontecer de, às vezes, termos uma visão melhor do todo”, acrescentou o diretor, destacando que os especialistas que prestam serviço ao Inep estão sendo capacitados a utilizar a tecnologia.
Os avaliadores são profissionais de diferentes áreas de especialização, selecionados por meio de chamada pública. Atualmente, o instituto tem mais de 8 mil interessados no trabalho inscritos em sua base de dados. “Em meio à pandemia, a avaliação remota dá mais segurança também aos avaliadores”, concluiu Grochocki.
A fim de orientar avaliadores e representantes das instituições de ensino, o Inep elaborou o Guia de Boas Práticas de Avaliação Externa Virtual in Loco, que está disponível na internet do instituto. Mais detalhes sobre a avaliação remota podem ser consultados na página do instituto.
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